Instantes,doidos instantes!
Pesam o peso do olhar dele
que na casa do meu escorre,
lentos tresnoitados de amar,
humanos senhores de dar.
E digo a ele:
-me dê o silêncio do seu ouvido,
e nada mais ouça senão milagrosas palavras minhas
unânimes amores nossos
e de tanto tê-los ,tive-te
teve-me,
e em nossos peitos vassalos,
espasmos e abalos,
esses instantes de ver
aquela mínima folha,
ovário de belezas,
e depois uma curva,
quando derrapamos nossas mãos em nós
Instantes
de dobrados joelhos diante de nós mesmos
e aí o carinho vem vindo.
Instantes alicerçados na dor,
cúmplices gemidos
que soltamos
quando nos subúrbios
de carne sofrida
tu me viste e me curaste.