
Frio muito súbito:pés congelam,ossos mudam de lugar,tecidos interiores se arrepiam.
O que poderia me consolar?Braços?Onde? Mexo os olhos:está escuro.
Arranho as portas,desejando ar,ares para que vaze de mim esse caldo lento e vermelho.
Engulo o tempo,que me engole,imerso nesse mistério esponjoso.Não sei de jardins,impossível comentar as rosas.
Desejo tanto o prêmio de uma canção que me proteja dos ventos, da carência humana,e de novo me lance na terrestre aventura.
Quero,rápido mesmo,tropeçar no dia,esquentar a frieza da casa e deixar-me coser a alma,agora frouxa,desatada.